domingo, 14 de agosto de 2011

Corsets na Vogue de agosto - parte I


Olá!!

A vogue deste mês trouxe algumas reportagens com corsets... segue a primeira:

Amizade Valiosa
Próximas de Picasso, Matisse & cia, as irmãs Cone saíram de Baltimore e montaram uma das mais importantes coleções de
arte do mundo - por Nô Mello

"Eram duas mulheres grandes, muito grandes. E ricas, muito ricas." É assim que a escritora Gertrude Stein descreve, no ensaio cubista Duas mulhes (1905), uma dupla muito amiga sua, que entraria para a história como proprietária de uma das coleções de arte mais valiosas do planeta, avaliada em U$ 1 bilhão. Claribel e Etta Cone, conhecias no high do fin-de-siècle como as irmãs Cone, foram duas solteironas de formas voluptosas e austeros vestidos. Podres de ricas, montaram uma incrível coleção de arte moderna com 3.000 obras. Uma parte dela, formada por 50 trabalhos, está em exposição no Jewish Museum de Nova Iorque até 25 de setembro.

Claribel e Etta eram filhas de judeus alemães que tinham imigrado para os EUA em torno de 1840. Na época, a família trocou o sobrenome Kahn, original, por uma versão americanizada. Claribel nasceu em 1864; Etta em 1870, ano em que a família mudou do Tennessee para Baltimore. Conhecida como "a intelectual", a primogênita completou seu doutorado 20 anos antes das americanas poderem votar. Em 1898, foi Etta quem começou a coleção de arte das duas, comprando cinco pinturas do impressionista americano Theodore Robinson.

Embora o pai fosse bem-sucedido, o dinheiro da família veio dos irmãos mais velhos, Moses e Ceasar, que construíram um verdadeiro império têxtil. Fornecedores do exército americano durante a Primeira Guerra e de denim para a Levi's, eles transferiram gordos dividendos para as duas irmãs, que retribuíam viajando e comprando arte. Numa ép
oca em que as dondocas vitorianas se encantavam co naturezas mortas e paisagens, Claribel e Etta escandalizavam com nus femininos.

O gosto peculiar das duas ficou ainda mais arrojado depois da chegada a Baltimore de outra dupla de irmãos: Leo e Gertrude Stein, de quem elas logo ficaram íntimas - há controvérsias se quem tinha um caso com Gertrude era uma ou a outra; ou se era Leo que se encontrava secretamente com Etta. Em 1904, a caçula e Gertrude partiram para uma temporada na Europa que durou dois anos. Nesse período, a escritora a levou ao estúdio de Picasso, onde ela comprou os dois primeiros desenhos de uma coleção que teria outros 111 trabalhos do espanhol, de quem virou grande amiga. Na mostra é possível admirar um cartoon com os dizeres "Bonjour Mille Cone", um dos muitos feitos por Picasso nas cartas que enviava para a americ
ana. Também está lá um retrato de 1922 feito por ele de Claribel, que conheceria pouco depois , e a quem chamava de "a imperatriz". Em Paris, Etta também ficou amiga de Henri Matisse, de quem reuniria 500 obras, formando a maior e mais importante coleção de peças do artista. Na mostra, o destaque é Large Reclining Nude (1935) uma espécie de reedição de Blue Nude (1907), obra-prima do francês também arrematada pelas irmãs.

Na "gastança" (toda documentada) da viagem estão incluídas também altas somas com flores...para Gertrude - a relação íntima entre as três só terminou quando a escritora conheceu Alice B. Toklas, sua parceira pelos 25 anos seguintes. Os excesso
s eram tantos que Claribel e Etta chegavam a reservar uma cadeira extra quando iam à ópera só para as suas sacolas de compras. E assim acumularam obras de Paul Cézanne, Paul Gauguin e Vincent van Gogh, peças de arte da África e Ásia, jóias, tecidos e objetos de decoração. Tudo isso cobria as paredes (do quartos aos banheiros) dos apartamentos vizinhos que elas tinham em Baltimore - na mostra dá para fazer um tour virtual pelos apartamentos.

Claribel morreu em Lausanne, na Suíça, em 1929. Etta, que manteve o apartamento e o acervo da irmã intactos, viveu mais 20 anos. Continuou investindo sua fortuna em viagens e arte, adquirindo obras-primas como Vahine No Te Ví, pintada em 189
2 por Gauguin, e a tal Large Reclining Nude, de Matisse, entre outras. Depois que Etta também morreu, as peças foram doadas para o Baltimore Museum of Art, onde estão até hoje. "Além de seu valor estratosférico, o que mais dá sabor à coleção é que ela remonta a história das duas, no meio de todos esses ícones da era moderna", ressalta Karten Levitov, curadora da exposição. "E mais que tudo, reflete um estilo de vida: de quem comprava tudo aquilo que gostava".

Jewish Museum: 1.109, 5th Avenue, New York, www.thejewishmuseum.org.br - exposição até 25 de setembro.


Etta, em traje de montaria aos 18 anos (foto de cima) e Claribel (abaixo), médica-residente, aos 27, criaram a maior coleção de obras de Matisse da história. Ao lado, o quadro Purple Robe (1937), uma das 500 peças do francês adquiridas por elas.


Impecáveis, não??!! Amei os looks de época!


3 comentários:

  1. Olá flor tudo bem?
    Eu estava vendo uns blog e vim parar no seu....adorei aqui por isso já estou seguindo!! :)

    Passa no meu, se interessar segue lá

    www.cerejarocks.com

    beijOos ;***

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  2. Puxa vida, a mulher fez doutorado naquela época!! Meus parabéns à ela! Interessante a riquesa deles ser da área textil, naquela época realmente se usava muito tecido.
    Muito interessante a matéria. Eu adoro pessoas que são envolvidas com arte e com artistas.

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